top of page

Melhores empresas para se trabalhar


        Integrar o ranking de uma revista especializada pode gerar um comportamento favorável para as estratégias de crescimento de uma empresa. Essa distinção pode ser altamente relevante para as ações de aquisição, fusão e aliança empresarial. Ou não.


       A revista Exame elabora o ranking das melhores empresas nacionais para se trabalhar. Para esse trabalho, leva em conta duas visões: a interna e a externa. A interna capta a visão dos funcionários sobre os seus empregos, mensurando aspectos sobre a qualidade nos ambientes de trabalho. A externa é composta da percepção de um grupo de especialistas da revista sobre como as empresas lidam com a gestão de pessoas.


       Se a interação com a mídia é uma maneira de ganhar influência, integrar o ranking de uma revista especializada representa uma deferência simbólica de qualidade que uma empresa possui quanto à sua forma de gerir os seus recursos humanos, os seus colaboradores, os seus empregados.


       A qualidade é um fator de deferência simbólica, com forte enfoque para a composição de um status organizacional. Isto devido à natureza de incerteza que circundam as decisões estratégicas, mas que pode ser diminuída ou mesmo suprimida, quando avaliada como fator positivo para assumir determinado risco.


       Uma ação estratégica que envolve risco, como as aquisições corporativas, pode motivar as empresas a buscarem por outras que já realizaram outras aquisições? Isto é um fator que atesta para a qualidade percebida daquela empresa? E se essas empresas estiverem listadas em um ranking de melhores empresas para se trabalhar, atesta para a qualidade das suas operações? Por outro lado, empresas que não estiverem listadas neste ranking, seriam empresas com baixas deferências sobre a sua qualidade do ambiente de trabalho?

       Com base nesses questionamentos, foi possível direcionar nosso foco para observar se existe similaridade de comportamento entre as empresas ranqueadas e listadas na BM&FBovespa (atual B3 Bolsa de Valores) para as aquisições corporativas. Nesse intuito, elaboramos a seguinte hipótese: A similaridade no ranking das melhores empresas para se trabalhar está relacionada à similaridade no comportamento de aquisições como estratégia corporativa.


        Em nossos estudos, a presente hipótese não se confirmou. Estar ranqueada na lista de melhores empresas para se trabalhar não teve o mesmo comportamento em relação às aquisições como parte de uma estratégia corporativa. As empresas listadas na BM&FBovespa, que registraram participação no ranking de melhores empresas para se trabalhar, não possuem comportamento similar quanto a estratégia de aquisição corporativa. Essa deferência de status da empresa não caracteriza como aspecto relevante para formar uma similaridade de comportamento entre elas.



Fonte: Nogueira, Danillo P. Embeddedness estrutural e o status como deferência simbólica das empresas listadas na BM&F Bovespa: o efeito no comportamento de aquisições corporativas / Danillo P. Nogueira – 2015 – Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Comments


Siga a DF7 nas redes sociais

  • White Facebook Icon
bottom of page