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O Status Estrutural para as aquisições corporativas

Atualizado: 9 de mai. de 2020


        Ao adentrar no campo das fusões e aquisições, à luz do ambiente fértil proporcionado pelas estratégias corporativas, deparamos com diversas incertezas e questionamentos antes da tomada de decisões. Quais os resultados ou criação de valor serão alcançados? Seria possível obter melhores resultados por meio de empresas que ocupem posições hierárquicas similares? Seria possível ter diminuição da incerteza em uma aquisição se organizações com status similares se relacionassem?


     As respostas a esses questionamentos perpassam diversos fatores, além dos eminentemente econômicos.


        As relações de mercado entre as organizações empresariais não se fundamentam somente pelos recursos que podem ser transferidos entre elas, mas também se mostram relevantes em relação a terceiros, ainda que não diretamente envolvidos.

Por exemplo, uma empresa X possui relação comercial com a empresa Y, a qual permite a transferência de recursos e informações entre elas. No entanto, essa relação afeta indiretamente a percepção de uma empresa Z sobre a forma com que ambas, empresas X e Y, se relacionam entre elas. Por estarem agrupadas em redes organizacionais, não se trata somente de uma transferência de recursos diretos, mas uma multiplicação de percepções e padrões, os quais são elementos de um prisma.


       São fortes as influências do status na escolha por parceiros estratégicos. Quando os atores econômicos não conseguem escolher de forma eficiente por meio de pesquisa ou deliberação os seus parceiros estratégicos, eles optam por acesso a sua rede social.


        A existência de um alinhamento entre status das empresas envolvidas é significativo para se ter um processo de transição mais suave e com bom resultados, pois quando há uma diferença entre eles, a empresa com menor status tende a buscar o mesmo grau da empresa com maior status, ocasionando potencial conflito ou fricção entre eles.


        O fato de haver um interlock, uma interação, de coparticipação entre conselheiros ou pelo status das organizações analisadas, a busca para dirimir qualquer dúvida na escolha de parceiros terá, potencialmente, o acesso à rede social dos atores envolvidos.


        A estrutura das redes organizacionais pode trazer influências aos atores envolvidos. Uma organização, em particular, pode tomar decisões que reflitam, não necessariamente somente a racionalidade econômica, mas também o seu relacionamento com outros, dada a sua posição relativa na rede. A centralidade das redes organizacionais aflora as questões de poder.


       Existem diferentes tipos de centralidade. Dependendo do grau de centralidade, as estruturas locais e globais devem ser ponderadas e dimensionadas para avaliar se esse peso pode ser positivo ou negativo. Quando a comunicação é tipicamente em longas distâncias, a posição na estrutura global deveria contar mais do que quando toda a comunicação é local.


       Por outro lado, em uma hierarquia organizada em que o poder é transitivo, o poder daqueles influenciados possui maior determinação do poder geral do que quando todas as relações são diádicas, ou seja, onde a justaposição de dois vetores define um operador. Finalmente, haverá situações em que o poder será aumentado pela associação com outras pessoas mais poderosas e situações em que se diminui.

      Quando voltado para o interlock de diretores, a estrutura de centralidade e poder possui interessantes aspectos. Entre o final do século 19 e início do século 20, ferrovias centrais com interlock de diretores não tiveram relevância, porque o poder residia em comunidades separadas de interesses. Apesar de poderosas, as empresas centrais eram periféricas a todos os centros de poder. O poder estava nos centros das comunidades separadas de interesse.


       A função que a estrutura de uma rede de relacionamentos interorganizacionais possui sobre os condicionamentos das estratégias corporativas mostram a influência da centralidade sobre o status. A alta centralidade na rede conduz diretamente ao aumento do status e ao poder, isto porque um ator que possui muitos laços simboliza um alto status. Dessa forma, a quantidade de laços de um ator se torna deferência significativa para o aumento do seu status.


       A seguinte hipótese foi considerada para observar o status estrutural no cenário do estudo sobre o Embeddedness estrutural e o Status como deferência simbólica das empresas listadas na BM&F Bovespa: o efeito no comportamento de aquisições corporativas: “A similaridade no status está relacionada à similaridade no comportamento de aquisições como estratégia corporativa.”


     Partindo do pressuposto de que o embeddedness estrutural tende a analisar o comportamento dos indivíduos por uma perspectiva de oportunidades e incertezas, as ligações dos indivíduos elevam as chances para alcançar seus objetivos econômicos, seja um benefício puramente financeiro ou a realização de uma aquisição corporativa. Em nossos estudos, pudemos constatar que uma posição de destaque dentro da rede de interlock de conselheiros das empresas da BM&FBovespa não resultou em uma similaridade de comportamento em aquisições corporativas. Dessa forma, a hipótese pesquisada não foi confirmada.


Fonte: Nogueira, Danillo P. Embeddedness estrutural e o status como deferência simbólica das empresas listadas na BM&F Bovespa: o efeito no comportamento de aquisições corporativas / Danillo P. Nogueira – 2015 – Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná.




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